O “progresso” deles tomou outro rumo, está bem longe da realidade, se parassem para analisar, já que estamos falando em dinheiro, gasta-se mais com remédios para o câncer do mercúrio das indústrias nos rios, com a matança dos golfinhos nas longas e equipadas redes dos navios costeiros que também escravizam o pescador, gasta-se com desintoxicação moral e física, gasta-se pela desigualdade, pelos peixes no leito dos rios e mares mortos pelo derramamento de óleo petrolífero, pelas orquídeas nas queimadas dos “grandes empreendimentos”, pelo menino desnutrido e violentado, pela aposentadoria do homem inválido que envelheceu e morreu precoce e desempregado, pelo velho doente numa maca de metal frio no hospital lotado, pelo rio transmutado, sem braço e com o resto do corpo aterrado, pelo óleo sob as garças, pelas APA’s vendidas e embalsamadas pelas lágrimas da marisqueira, pela falta de atividade ao futuro “aviãozinho”. Perdemos muito por poluição mental; por intolerância étnico-racial e religiosa. Perdemos tanto “por falta de valores que aprendemos em casa!”, como diz meu sobrinho o Tairon (12 anos). Perdemos por falta de educação política, por dar audiência a nossa própria aniquilação! O curioso é que nesses momentos o homem esquece que também é um ser da natureza, mas age com instinto brutal de bicho: Um querendo engolir o outro, desespero de sapo e cobra! Essa palavra deles mais parece um palavrão!
E lá vão eles à caminho do tão dito “progresso!".
Myriãn de Paula (Ambientalista, Estudante de Serviço Social e Colaboradora de Artes)